Chegaste sem eu contar e acordaste-me. Pedi-te calma, mas tu só sabes viver em velocidade. Puxaste-me para ti, para o teu mundo, e revolucionaste a minha vida. Fizeste-me quebrar as regras que tinha como certas. Fizeste-me enfrentar medos e agarrar o momento. Deste-me (...)
Esqueceste-me naquela estação de comboios. Esperei, por ti, tu não me foste buscar. Depois disso, mil páginas se escreveram, mil viagens se fizeram. Um dia, apareceste lá e viste-me, sentada no banco, como se tivesse parado no tempo e eu estivesse na secção dos (...)
Somos um, sendo muitos. Somos uma espécide de corpo vivo com várias células. Fomos crescendo, ao longo dos anos. E encaixamos quem se quis juntar. Somos uma família assumidamente imperfeita, mas com uma união mais forte do que qualquer explicação. É que o amor (...)
Andreia tinha lido muitas teorias sobre o copo meio vazio ou meio cheio, numa série de metáforas que se tornaram lugares-comuns. E se havia coisa que ela fugia, não por arrogância, mas por teimosia, era dessas vulgarizações do pensamento, tão confortáveis para (...)
O perigo de parar era maior do que se pensava. Os cálculos da medicina e da matemática não previram tudo. Não consultaram filósofos. E estes, ai estes, teriam alertado para o grande final. Não havia grandes erros nos números de doentes e mortos, nem no cenário de (...)
Sabia que não lhe podia contar o que a preocupava. Ele ia entender, não a ia julgar, mas iria ficar magoado com a soma das palavras dela. Ela antecipava a dor dele e, por isso, por muito que lhe apetecesse ser abraçada por ele e livrar-se do segredo que a sufocava, (...)
O óbvio obrigou-me a parar. O óbvio obrigou-me a pensar. O óbvio obrigou-me a voltar a mim. E sempre que volto a mim, tenho que escrever. Valha muito ou valha pouco é na escrita que eu sou eu. O início tinha que ser este. Com música. Com beijos. Com amor. Com tempo. (...)
Alguém passou na rua com o teu perfume. Lembrei-me de ti. Não é que seja novidade, pois penso muitas vezes em ti. Mas fiquei sobressaltada, parecia que estavas ali, perto de mim. Bastava seguir o rasto daquele aroma e alcançava-te. É avassalador perceber como as (...)
Quantas vezes já dissemos (ou pelo menos pensamos) nesta frase? Não só em relação aos outros, mas também em relação a nós mesmos, em relação a amores passados (ou presentes). É esse o problema do amor, não se explica em equações, não resulta de nenhuma (...)
Os olhos são o espelho da alma, diz a sabedoria popular. Não importa a cor, o formato, as dioptrias (eu, míope, me confesso) ou outros pormenores. Na verdade, o que interessa no olhar é aquilo que ele transmite. Medo, amor, desdém, maldade, inveja, bondade, alegria, (...)