Fez uma mala, pequena. Pouca roupa, dois livros, um álbum de fotografias. À noite, atrasou todos os relógios e despertadores de casa duas horas, para não darem falta dela, pela manhã. Eram sete horas quando abriu a porta, devagar, silenciosamente. Tinha treinado (...)
Todas as manhãs, antes de sair, Alice, de 44 anos, olhava-se ao espelho. - Que gorda! - Que despenteada! - Que velha! - Que olheiras! - Que mal-vestida! - Que pálida! - Que... Numa dessas manhãs, tudo mudou. Ia sentada no metro para o trabalho, consultava as redes (...)
Ele sabe o que quer da vida. Ela sabe que o quer na sua vida. Ela não está incluída nos planos dele. Ela não compreende como é que algo tão intenso não é correspondido. Da última vez que conversaram, ela achou que era a última vez que se viam. E foi. Ela desistiu (...)
Graça fechou a porta. Sem pressas. Com solenidade. Pegou nas duas malas e entrou no elevador. Um suspiro. Carregou no botão do piso 0. Lá fora, a chuva intermitente fê-la caminhar mais rapidamente para o táxi que a esperava. O motorista colocou as malas na (...)
Ela e ele. Ele e ela. Ele e ele. Ela e ela. Sem nomes. Com nomes. Com pseudónimos. Sem pseudónimos. Sem regras. A regra é o amor. A história de amor dele e dela. Dele e dele. Dela e dela. Descobriram-se aos poucos. Descobriram-se rapidamente. Uma conversa improvável. (...)
Parecia um dia normal. De súbito, ficou sem ar. Não queria estar mais ali fechada. Naquela sala. Naquela aldeia tacanha. Naquela relação moribunda. Vestiu o seu melhor vestido. Pôs o baton vermelho. Pousou a chave de casa na entrada. E foi despejar o lixo.
Luís partiu o coração de Teresa. A muito custo, esta colou cada pedacinho e tornou-o (achava ela) ainda mais resistente. Mas Luís era persistente e voltou a quebrar o coração de Teresa. Esta voltou a reparar o coração, desfeito ainda em mais estilhaços. Como a (...)