Amores (im)perfeitos em co(r)pos de cristal
De súbito, um espaço em branco. A vertigem do vazio.
O tempo passa. Dos vidros estilhaçados nasce um cristal.
Tens luz em ti. Tens o mundo para nós.
Abraças-me. Sem medos.
Os olhos nos olhos de quem se quer ver. Os lábios nos lábios de quem se quer falar e beijar. E beijar!
Por fim, o luar ilumina o orvalho dos corpos despidos, suados, saudosos, como esculturas despojadas em lençóis.
Com o amanhecer, vejo o sol a afagar o teu rosto feliz.
Sabemos que temos que partir, mas o cristal fica. Nós ficamos. Um no outro. Um do outro.
Sinto o aroma do café, que saboreio devagar, e mesmo com a lucidez do despertar, acredito que o mundo é perfeito para os seres imperfeitos, como nós.