O polvo sonâmbulo
Era uma vez um polvo sonâmbulo. Durante o Verão, todas as noites vagueava pela pequena vila onde morava e estendia os seus tentáculos pelas janelas abertas dos quartos dos habitantes. Garante quem o viu que só escolhia os quartos onde dormiam as mulheres mais bonitas, a quem acariciava a face (diz-se) e fugia. De dia, não se lembrava de nada. Até que, certa ocasião, foi apanhado por uma lula e dois chocos da comissão de ética dos moluscos. Foi obrigado a colocar várias pulseiras eletrónicas, uma em cada tentáculo. Talvez seja por isso que, ainda hoje, as pessoas da vila fecham as janelas de noite, com medo do polvo. Também é pelo mesmo motivo que algumas damas mais afoitas deixam a janela aberta, com esperança que o polvo apareça...