Madalena era a última das românticas. O último do sexo masculino era eu. Conversei com ela, numa tarde de Primavera, e contou-me a sua história. Era para ser uma entrevista sobre as mulheres que abdicam da carreira para gerirem a casa e educarem e cuidarem os filhos. O (...)
Noutro dia, encontrei-me com a Isabel para tomarmos um café e perguntei-lhe: “Lembras-te da última vez que saíste à noite?” Ela hesitou um pouco, mas respondeu-me: “Ah, foi no sábado passado…”. “Que sorte”, pensei eu, com vergonha de confessar há (...)
Todas as manhãs, antes de sair, Alice, de 44 anos, olhava-se ao espelho. - Que gorda! - Que despenteada! - Que velha! - Que olheiras! - Que mal-vestida! - Que pálida! - Que... Numa dessas manhãs, tudo mudou. Ia sentada no metro para o trabalho, consultava as redes (...)
Graça fechou a porta. Sem pressas. Com solenidade. Pegou nas duas malas e entrou no elevador. Um suspiro. Carregou no botão do piso 0. Lá fora, a chuva intermitente fê-la caminhar mais rapidamente para o táxi que a esperava. O motorista colocou as malas na (...)
02.03.19 | Inês Aroso |
Admiro os homens lutadores, que se apaixonam por mulheres indomáveis. Admiro os homens inteligentes, que percebem as mulheres difíceis de entender. Admiro os homens corajosos, que não procuram mulheres que os façam sentir superiores. Admiro os homens exigentes, que (...)
Parecia um dia normal. De súbito, ficou sem ar. Não queria estar mais ali fechada. Naquela sala. Naquela aldeia tacanha. Naquela relação moribunda. Vestiu o seu melhor vestido. Pôs o baton vermelho. Pousou a chave de casa na entrada. E foi despejar o lixo.