Fez uma mala, pequena. Pouca roupa, dois livros, um álbum de fotografias. À noite, atrasou todos os relógios e despertadores de casa duas horas, para não darem falta dela, pela manhã. Eram sete horas quando abriu a porta, devagar, silenciosamente. Tinha treinado (...)
Todas as manhãs, antes de sair, Alice, de 44 anos, olhava-se ao espelho. - Que gorda! - Que despenteada! - Que velha! - Que olheiras! - Que mal-vestida! - Que pálida! - Que... Numa dessas manhãs, tudo mudou. Ia sentada no metro para o trabalho, consultava as redes (...)
Não gosto que me vejam triste. Fujo das pessoas que sei que ficarão magoadas por verem que o meu sorriso, por muito genuíno que seja não esconde a tristeza, que se esconde, lá no fundo, no olhar. Evito que me olhem nos olhos. Falo de banalidades, oculto fragilidades. (...)